quarta-feira, 19 de março de 2014

Podemos Deixar Morrer A Mais Antiga Profissão?

O “Jornalismo é a mais velha profissão, mesmo mais velha que a outra”. Quem o diz é Mário Zambujal. E eu pergunto: podemos deixar morrer a mais antiga profissão?

Fiz este trabalho essencialmente com dois objetivos. Em primeiro lugar porque me estou a licenciar em jornalismo e como é meu objetivo fazer disto profissão achei por bem fazer uma apalpação do terreno para saber com o que posso contar no futuro. Em segundo lugar vi no conceito entrevista o pretexto ideal para conversar com pessoas que, de outra forma talvez fosse mais complicado.

Na realidade as conclusões não foram as mais animadoras: ganha-se mal no jornalismo e ele está quase a desaparecer.

Respondendo à pergunta com que iniciei este conjunto de palavras acho que não podemos deixar morrer esta profissão. 

A liberdade (pela qual não lutei) sabe-me bem. Gosto de poder escrever sobre as atrocidades Russas e dizer que o Passos Coelho é um mau governante sem ter medo de ser preso, ou pior, levar um pontapé. Falar sobre as atrocidades Russas e dizer mal do Passos não é possível apenas porque vivemos em liberdade, aliás só a liberdade é que permite que o Passos seja primeiro ministro. O que permite tomar posições, criticar e, em último recurso, julgar, é o acesso à informação, e esse acesso apenas se consegue porque existem jornais (poucos), televisões, rádios e internet(s). Na realidade tudo isto é uma pescadinha de rabo na boca. Há informação porque há liberdade e há liberdade porque há informação.

A informação que nos permite tomar decisões acertadas e dizer que o Passos é mau (ou bom) primeiro ministro tem sempre que ser uma informação profissional porque só os profissionais é que têm faculdades para a desenvolverem. Acontece que, na atualidade, qualquer um que tenha acesso à internet pode ser jornalista. O grande problema é que o público em geral, essencialmente os mais novos que sempre estiveram habituados à ideia de liberdade total, não vêm qualquer diferença entre o site “Tá Bonito” e o site “Público.pt”. Sem desprimor para os conteúdos de um ou de outro convínhamos que a informação responsável é a do segundo. No segundo podemos responsabilizar o autor da informação porque aquilo é a profissão dele. Ele tem deveres públicos.

Para que o jornalismo continue a ser a mais velha profissão e não acabe é preciso consciencializar o público para a necessidade de pagar os seus conteúdos. Só assim retiramos importância à publicidade nos jornais e garantimos que o direito constitucional de “ser informados” se mantém.

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