sábado, 29 de março de 2014

O Teatro Do Fundo Da Minha Rua

em Madrid, Espanha
No dia 27 de Março foi dia mundial do teatro. Há ideias nebulosas sobre os primórdios desta arte mas desconhece-se a época exata em que ele nasceu. Na realidade esta será uma das mais antigas artes existentes. O Teatro é tudo e todos somos atores.
Não podia deixar passar este dia sem o assinalar. Ou até podia, mas não seria a mesma coisa.
Aqui em Madrid houve uma grande promoção a este dia, ou melhor, à noite dos teatros que prometia entradas com valores muito acessíveis para que todos os madrilenos, ao menos neste dia, pudessem tomar contacto com a arte de Shakespear (uma delas).
Não sei quantos teatros há em Madrid. Fiz uma pesquisa na interntet e também não fiquei a conhecer o número exato. Apenas que são muitos. De acordo com as coordenadas do Google Maps mais de 200 certamente.
Para quê procurar freneticamente se a resposta às nossas perguntas pode estar debaixo do nosso nariz, ou melhor, no fundo da nossa rua?
Os Teatros do Canal estão bem no fundo da minha rua, em Madrid, e neste dia mundial do Teatro ofereceram uma visita encenada gratuita.

Às cinco em ponto lá estamos para começar a viagem por este moderno espaço, inaugurado no bairro de Chamberi em 2009. Os torniquetes abrem-se quando uns dez minutos depois da hora um assistente nos recebe. Somos uns trinta visitantes e ele faz-nos prometer uma série de regras que, em voz alta e de mão no ar, alto e bom som, vamos repetindo à medida que o simpático assistente as vai proferindo.



Subimos ao primeiro andar e encontramos mais uma personagem. Esta parece uma atriz saída da idade média. Uma dama de vestido comprido, cor de rosa, cabelo encaracolado e cara lisa.
Faz referência à arquitetura moderna com elementos em madeira e vidro, muito vidro. Mesmo num dia de nuvens como este 27 de Março a luz da rua é quase toda aproveitada. Insiste para que saibamos o nome do arquiteto: Juan Navarro Baldeweg.


A primeira paragem sentada faz-se na sala vermelha. A modernidade impera. Estamos perante um luxuoso espaço que homenageia o teatro. São 863 lugares para disfrutar de espetáculos altamente auxiliados pela tecnologia. Aqui podem fazer-se para além de peças teatrais, concertos ou projeções cinematográficas. É na sala vermelha que vamos encontrar mais um guia. Este parece aterrorizador. É o fantasma dos teatros do canal.

Saídos da sala vermelha voltamos a parar no meio do caminho para olharmos para o alto das paredes do edifício e congratular a arquitetura de Juan Navarro Baldeweg.


Caminhando mais um pouco, não muito, conhecemos a sala verde. Um pouco mais pequena do que a vermelha mas esta com mais capacidades. A plateia pode transformar-se para que, à semelhança da sala vermelha, se alinhe em plateia à italiana (em que o público está à frente do palco) ou para que o palco fique transformado num autêntico ring de boxe com público por todos os lados.

Na reta final da visita aos teatros do canal conhecemos ainda o centro de dança. Um centro de excelência também ele com capacidades arquitectónicas à sua medida.

A visita aos Teatros do Canal terminou com um "cheirinho" do ensaio do típico Flamenco espanhol.

Sem comentários:

Enviar um comentário