sábado, 11 de abril de 2015

O Bom E O Mau É O Que Eles Quiserem

"A Oeste nada de novo" de Lewis Milestone (1930)
A Guerra parece ter deixado o imaginário e o diretório de pesadelos de muitos. Pelo menos até à intervenção russa na Ucrânia. No entanto é um dos melhores exemplos de como as decisões de um governo interferem na vida das populações.

Em tempos de crise estamos mais do que habituados a sentir aquilo que nos jornais se diz com palavras complexas e indicadores sociais e económicos confusos. Não sabemos ao certo o que quer dizer swap, papel comercial ou inflação. Estes conceitos têm em nós o mesmo efeito que os medicamentos. Não sabemos o contêm, mas sentimo-nos melhor quando os tomamos. Ao contrário dos medicamentos, estes conceitos têm em nós efeitos daníficos.

Tem sido também recorrente ouvir políticos e demais individualidades dizer que o país está a caminhar no sentido certo. Inclusivamente as instituições europeias dão-nos nota máxima. No entanto, aquilo que sentimos não é propriamente isso.

Em comparação com aquilo que os políticos dizem, e aquilo que verdadeiramente é a realidade, vi esta semana o filme "A Oeste nada de novo". Um filme de 1930. 

Lewis Milestone conta a história de Paul Baumer, um jovem que, aguilhoado pela necessidade de combater os adversários e pelo espírito nacionalista, decide ir para a frente de combate com os seus colegas de escola.

Cedo estes jovens perceberam que a guerra não era o que os demais afirmavam. Paul percebeu melhor que todos os outros porque teve que confrontar-se com a perda. A perda de quase todos os seus amigos de escola.

Lewis Mileston critica veementemente a prática usada para incentivar os jovens a partir para o combate e mostra que a guerra se faz porque as lideranças assim o determinam. Quem está no "front" combate o seu semelhante. Semelhante não só por também ser um ser humano, mas porque também pensa que a guerra é inútil para quem a combate.

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