Abril é o mês mais importante da história recente de Portugal. Pelo menos é o que aponta um estudo feito pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. A Revolução dos Cravos é, para 59% dos inquiridos, mais importante do que a entrada de Portugal na CEE, a Batalha de Aljubarrota ou até mesmo a chegada de Vasco da Gama à Índia.
Talvez por tudo isto esteja a ser dada tanta importância aos Capitães de Abril que fizeram a Revolução, com a ajuda dos militares e do povo e que querem falar na Assembleia da República. Todos nós devemos muito a estes homens que deram um passo importantíssimo para que, por exemplo, possa estar a escrever este texto no entanto a ideia de liberdade deles parece muito diferente da minha. Estes senhores querem ser donos do regime e dizem que não se revêm com o atual rumo político do país. Ora eu, utilizo as mesmas palavras de Assunção Esteves na Assembleia da República: problema deles.
Os militares em geral e os Capitães de Abril em particular têm que chegar à conclusão que um regime democrático é isto. É o bom e o mau, é a concordância e a discordância é, no fundo, aceitar qualquer decisão tomada democraticamente mesmo que ela não nos agrade.
Os tempos não estão famosos. Muitos de nós discordamos das linhas orientadores deste e dos últimos governos por isso vamos fazer aquilo que há 40 anos nos passou a ser permitido: perguntar, refutar, discutir e votar. Ninguém é dono do regime. Os tempos de vassalagem já lá vão.

Texto originalmente publicado no site da Secção de Desfesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra.

Texto originalmente publicado no site da Secção de Desfesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra.
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